11. Neurobiologia da dor e dos mecanismos de defesa: uma revisão da literatura

Autores

  • Guilherme Aparecido Monteiro Duque da Fonseca Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).
  • Lucio Frigo Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).

Resumo

Neste artigo tem-se por objetivo verificar, por meio de uma revisão bibliográfica, quais são as evidências sobre a neurobiologia da dor. A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) conceitua dor como “uma experiência sensorial e emocional desagradável, que é associada ou descrita em termos de lesões teciduais”. A dor é um fenômeno eminentemente do sistema nervoso, para a sua ocorrência é necessária a participação de uma série de estruturas do sistema nervoso central e periférico. A maior parte da sensibilidade dolorosa da região da cabeça e da face é veiculada pelo nervo trigêmeo, já o restante do corpo a conduz por meio dos nervos espinhais. As vias nociceptivas da cabeça, veiculadas pelo trigêmeo e do restante do corpo, veiculadas pelos nervos espinhais, cruzam a linha mediana e ascendem ao tálamo, onde estabelecem contatos sinápticos nos núcleos ventrais talâmicos. A partir do tálamo projetam-se para a área sensorial primária no córtex cerebral. Os processos envolvidos na transdução, transmissão, modulação e percepção da dor são complexos e não inócuos para a saúde das pessoas quando esta não é controlada. As reações neuroendócrinas e metabólicas daí decorrentes geram nas pessoas alterações físicas, fisiológicas, emocionais, comportamentais e sociais que a afetam como um todo. Por isso, o controle da dor deve ser encarado como uma prioridade e deixar de ser mandatório unicamente do ponto de vista ético.

Palavras-chave: Neurobiologia; Dor; Analgesia.

 

Abstract: This article aims to verify, through a bibliographical review, what are the evidences about the neurobiology of pain. The International Association for the Study of Pain (IASP) conceptualizes pain as "an unpleasant sensory and emotional experience, which is associated or described in terms of tissue damage." Pain is a phenomenon eminently of the nervous system, for its occurrence it is necessary to participate if a series of structures of the central and peripheral nervous system. Most of the painful sensitivity of the head and face region is carried by the trigeminal nerve, and the rest of the body carries it through the spinal nerves. The nociceptive pathways of the head, carried by the trigeminal and the rest of the body, transmitted by the spinal nerves, cross the median line and ascend to the thalamus, where they establish synaptic contacts in the thalamic ventral nuclei. From the thalamus they project to the primary sensory area in the cerebral cortex. The processes involved in the transduction, transmission, modulation and perception of pain are complex and harmless to people's health when it is not controlled. Neuroendocrine and metabolic reactions are generated in the physically physical, physiological, emotional, behavioral, and social persons that affect as a whole. Hence, health control should be seen as a priority and should no longer be mandatory only from an ethical point of view

Keywords: Neurobiology; Pain; Analgesia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Guilherme Aparecido Monteiro Duque da Fonseca, Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).

Aluno de Graduaçao em Odontologia, 6° periodo 
Universidade de Mogi das Cruzes

Aluno de iniciação cientifica pela Universidade de Mogi das Cruzes

Presidente da Liga Academica de Anatomia do Curso de Odontologia da Universidade de Mogi das Cruzes  

 

Endereço: Rua Manuel Porcelli, 256, CEP 08730-280, Alto do Ipiranga, Mogi das Cruzes, SP, Brasil 

Lucio Frigo, Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).

Professor e Doutor na Universidade de Mogi das Cruzes.

Endereço: Praça General Porto Carreiro, 231, apto 153, CEP 05331-040, V. Jaguaré São Paulo, SP.

Referências

AAP e ACP. Prevenção e controle da dor e do stress no recém-nascido. Pediatrics, v.8, n.3, p.174-81, 2000.

BASBAUM A. I.; BAUTISTA, D. M.; SCHERRER, G; Julius, D. Cellular and Molecular Mechanisms of Pain. Cell, v.139, n.2, p.267-84, 16 out. 2009.

FREIRE, M. A.; TOURINHO S. C.; GUIMARÃES, J. S.; OLIVEIRA, J. L.; PICANÇO-DINIZ, C. W.; GOMES-LEAL, W; PEREIRA, A. Histochemical Characterization, Distribution and Morphometric Analysis of NADPH Diaphorase Neurons in the Spinal Cord of the Agouti. Front Neuroanat. Epub, v.2, n.2, 26 mai. 2008.

GIORDANO, J. The Neurobiology of Nociceptive and Anti-Nociceptive Systems.

Pain Physician, v.8, n.3, p. 277-90, 8 jul. 2005.

GOLDSTEIN, B. H. Temporomandibular Disorders: A Review of Current Understanding. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol. Oral Radiol. Endod., n.88, p.379-85, 1999.

GUSTIN, S. M.; WRIGLEY P. J.; SIDDALL, P.J.; HENDERSON, L. A. Brain Anatomy Changes Associated with Persistent Neuropathic Pain Following Spinal Cord Injury. Cerebral Cortex, v.20, n.6, p.1409- 1419, 1 jun. 2010.

HAMZA, M.; DIONNE, R. A. Mechanisms of Non-Opioid Analgesics Beyond Cyclooxygenase Enzyme Inhibition. Curr. Mol. Pharmacol., v.2, n.1, p.1-14, 1 jan. 2009.

JULIUS, D.; BASBAUM, A. I. Molecular Mechanisms of Nociception. (Review.) Nature., v.413, n.6852, p.203-10, 13 set. 2001.

JÚNIOR, J. O. O. Fisiologia e fisiopatologia da dor neuropática em oncologia. In: PIMENTA, C. A. M; KURITA, G. P.; GALVÃO, A. C. R.; CORRÊA, C. F. 8º Simbidor: Fisiopatologia e Avaliação do Paciente com Dor. São Paulo: Office Editora, 2007, p.49-54.

KLUEBER, K. M. Neuroanatomy for the Dentist in the Twenty-First Century. J. Dent. Educ., v.7, n.3, p.366-9, 6 mar. 2003.

LOPES, J. M. Fisiopatologia da dor. Lisboa: Permanyer Portugal, 2003.

MELZACK, R. Pain-an Overview (Review). Acta Anaesthesiol Scand., v.3, n.9, p.880-4, 4 out.1999.

MILLER, R. J.; JUNG, H.; BHANGOO, S. K., WHITE, F. A. Cytokine and Chemokine Regulation of Sensory Neuron Function. Handb. Exp. Pharmacol., n. 194, p. 417-49, 2009.

ONG, C. K.; SEYMOUR, R. A. Pathogenesis of Postoperative Oral Surgical Pain. (Review). Anesth. Prog. Winter., v. 50, n.1, p.5-17, 2003.

Raichle KA, Osborne TL, Jensen MP. Psychosocial factors in chronic pain in the dysvascular and diabetic patient. Phys Med Rehabil Clin N Am. 2009 Nov;20(4):705-17.

Regan JM, Peng P. Neurophysiology of cancer pain. Cancer Control.

Mar-Apr;7(2):111- 9. Review.

REY, R. The History of Pain. Trad.: WALLACE, L. E.; CADDEN, J. A.; CADDEN, S. W. Cambridge, Mass: Harvard University Press, 1993.

SANSONE, R. A.; SANSONE, L. A. Pain, Pain, Go Away: Antidepressants and Pain Management. Psychiatry (Edgmont)., v.5, n.12, p.16-9, dez. 2008.

SESSLE, B. J. Sex, Gender, and Pain. J. Orofac. Pain., v.14, n.3, p.165, 2000.

SCHOFER, M. D.; HINRICHS, F.; PETERLEIN, C. D.; ARENDT, M.; SCHMITT, J. High- versus Low-energy Extracorporeal Shock Wave Therapy of Totator Cuff Tendinopathy: a Prospective, Randomised, Controlled Study. Acta Orthopædica Belgica, v.75, p.4, 2009.

TAVARES, I.; LIMA, D. From Neuroanatomy to Gene Therapy: Searching for New Ways to Manipulate the Supraspinal Endogenous Pain Modulatory System. J Anat., v.211, n.8, p.261-8, ago. 2007. Epub, 25 jun. 2007 (Review).

TEIXEIRA, M. J. Mecanismos de ocorrência da dor. In: TEIXEIRA, M. J.; YENG, L. T.; KAZIYAMA, H. H. S. Dor: síndrome dolorosa miofascial e dor musculo-esquelética. São Paulo: Roca, 2008, p.15-51.

WANG, W.; WANG, W.; MEI, X.; HUANG, J.; WEI, Y.; WANG, Y. et al. (2009) Crosstalk Between Spinal Astrocytes and Neurons in Nerve Injury-Induced Neuropathic Pain. PLoS ONE, v.4, n.9, p. e6973.

Downloads

Publicado

30-07-2018

Como Citar

Fonseca, G. A. M. D. da, & Frigo, L. (2018). 11. Neurobiologia da dor e dos mecanismos de defesa: uma revisão da literatura. Revista Científica UMC, 3(2). Recuperado de https://revista.umc.br/index.php/revistaumc/article/view/256

Edição

Seção

Artigo de Revisão